quinta-feira, 2 de julho de 2009

UFPA: o Olho (d'Água) de Acácio Sobral.

O final do mandato de Alex Bolonha Fiúza de Mello — reitor por oito anos consecutivos da Universidade Federal do Pará — foi marcado por duas obras de relevância visual no Campus do Guamá: o “Hangarzinho” e o “Olho d’Água”.
Obras pensadas por indivíduos discretos de reconhecidos talento e competência: Jorge Derenji e Acácio Sobral.
O Centro de Convenções — apelidado de Hangarzinho com justa razão — e o monumento “Olho d’Água” ocuparam espaços que poderiam ser “invadidos” por ignorâncias futuras, em qualquer época, inclusive em um pretenso retorno de Alex.
Não mais o serão, ao contrário, o Hangarzinho clama pela urgente demolição do pesado prédio da reitoria, que o imprensa. Já o “Olho d’Água” está em espaço aberto esperando pelo crescimento da árvore que transpassará sua pupila provocando “espelhamento” da copa na extensão das pestanas geométricas "depositadas" na convexidade do terreno — explicita contraposição da racional desconstrução humana diante da orgânica obra de Deus.
Arquitetura e escultura se beijaram no dia e hora certos, uma esperou pela outra.
“Para mim, o que caracteriza a Universidade é a sua relação com os fluxos de água, com os rios, com a chuva e com a floresta. A escultura é sinuosa para representar os movimentos da água e ela se alonga e ramifica até o chão. No Centro, não temos água, mas uma árvore, porque a UFPA é uma nascente, uma nascente do conhecimento sempre crescente”, disse o advogado e artista plástico Acácio Sobral à jornalista Glauce Monteiro da UFPA.
Acácio no entanto esqueceu-se de falar o quão difícil é projetar algo absolutamente “inútil” que seja eidético e mimético em um só tempo.
Arquitetura é técnica e função e Derenji só temperou o prato com a maestria de um chef de cuisine em mesa inapropriada, tendo menor sorte que Acácio, contudo, a experiência profissional o fez sair da enrascada espacial — Jorge Derenji é professor aposentado da UFPA e um dos fundadores do curso de Arquitetura e Urbanismo.
O “Olho d’Água” não é uma “pintura em 3D”, é um DESENHO TRIDIMENSIONAL que poderia ter ficado melhor com a elevação dos custos — seria impossível crer que uma “mera" escultura tivesse o mesmo orçamento de uma edificação supranecessária.
Se assim o fosse Acácio teria voado mais alto, passando das medonhas platibandas da Biblioteca Central sem utilizar o perecível metalon e sim trilhos de aço recurvados na bitola ideal para que o centro suportasse e acochasse uma calibrada SAMAUMEIRA.
De todo modo Acácio Sobral fez MILAGRE com UM E NOVENTA E NOVE.


Ângulos do Olho d'Água de Acácio Sobral na visão de um observador mediano (álbum ampliável).
Fotos de celular: HB.

Monumentalidade dada pela técnica do fotógrafo Alexandre Morais ao "Olho d'Água" no Portal da UFPA (http://www.ufpa.br/ascom/index.php?option=com_content&view=article&id=3792:ufpa-se-torna-cidade-monumental&catid=1:noticias): a câmera fora posta sobre a barra de metalon dando a ela a falsa impressão de passarela para confundir a escala. Que bom se assim o fosse na realidade: gigantesco.

A ARTE é como a BUNDA: eternamente a posteriore!

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