sexta-feira, 2 de outubro de 2009

"Inauguração" da Fábrica Palmeira.


Logomarca da Fábrica em 1929.


Legenda original da foto: "Aspecto tirado no acto da Inauguração com a presença das autoridades e demais pessoas gradas. - Em 29/4/29" (sic)
Na foto vê-se Antonio Facióla, intendente municipal, supostamente ao lado de dom João Irineu Joffily, arcebispo de Belém que renunciou a arquidiocese em 1º de maio de 1931 - ele aparece nas duas imagens.


Legenda original da foto: "Outro aspecto tirado no acto da Inauguração com a presença das autoridades e demais pessoas gradas. - Em 29/4/29" (sic)


Ilustração da Fábrica Palmeira cercando o reservatório d'água Paes de Carvalho.
Ampliando-se a imagem é possível enxergar a assinatura do artista e "Belém 192_" (número cortado mas sugestivo de "8" ou "9").



Verbete retirado da página 224 do livro WHO'S WHO IN LATIN AMERICA (PART VI BRAZIL), de RONALD HILTON, publicado em 1948 pela STANFORD UNIVERSITY PRESS.
Esse dicionário de notáveis da América Latina  tem o resumo biográfico de um dos sócios da Fábrica Palmeira com 40 anos de idade em 1929, o português José Maria de Sá Ribeiro, também sócio das Fábricas Perseverança.
Há pouco material na Internet sobre a Fábrica Palmeira.
A professora da UFPA, Edilza Joana Oliveira Fontes, cita em O PÃO NOSSO DE CADA DIA - dissertação de mestrado de 1993 - que as "Informações sobre a Palmeira encontram-se no Álbum do Pará de 1939.", indisponível na WEB. 
A Fábrica Palmeira fora fundada em 1º de outubro de 1892, contudo, as duas fotografias da cerimônia utilizam o termo INAUGURAÇÃO em suas legendas.
Os registros originais fazem parte de um álbum da família Faciola e foram gentilmente cedidos à digitalização por Maria Isabela Faciola Pessôa, bisneta do senador Antonio Faciola. 
Esse desacordo gerou dois pós-escritos.
A questão é:
O que se inaugurava?
Uma "nova" Fábrica Palmeira?

Postscriptum 2 (polêmica sobre datas, atos e marcas):

Comunicação enviada a Jaime Bibas por intermédio do site BELÉM DO PARÁ:

"Caríssimo Bibas:
Dia dois de outubro passado fiz uma postagem no Blog HB me referindo a inauguração da Fábrica Palmeira, contudo, vejo pelo teu almanaque RETROVISOR (esse nome é duca!) que me precipitei pela euforia:
'Postscriptum 1 (Reinauguração?):
As informações aqui postadas são conflituosas à pesquisa realizada por Jaime Bibas e publicada na revista eletrônica Belém do Pará.
Em Retrovisor, um almanaque elaborado a partir de arquivos pessoais e publicações, Bibas diz que a Fábrica Palmeira fora INAUGURADA em 1º de outubro de 1892 e pertencia a Jorge Silva, Cunha & Cia.
O que entendemos como falha deste Blog foi confiar (e não checar!) o que está transcrito nas legendas das fotografias postadas - por mais que tenhamos achado esquisito o estabelecimento da Palmeira somente em 1929 a empolgação diante de fotos antigas e exclusivas nos traiu.
Este post ficará em aberto até que se chegue a um consenso; contudo, acreditamos que o ato de INAUGURAÇÃO aqui propalado fora, na realidade, uma REINAUGURAÇÃO ou REVITALIZAÇÃO da Fábrica Palmeira; até porque Jorge Silva, Cunha & Cia. é distinto de Jorge Corrêa & Cia.; o que sugere a transferência de tal patrimônio.
Colocaremos este texto como comentário na coluna de Jaime Bibas no Belém do Pará. Sanada a questão modificaremos a redação incluindo esta controvérsia.
Temos absoluta certeza que o Jotabê não leu o Agabê, senão, chamaria nossa atenção ao erro - de modo cordato, como de praxe.
O Blog HB pede desculpas aos seus leitores!'
Bibas: dá-me atenção ao reparo!
Abração, Haroldo Baleixe."

Resposta  de Jaime Bibas ilustrada com a marca registrada em 1901 na JUCEPA - Junta Comercial do Estado do Pará - enviada por e-mail:




"Prezadíssimo HB.
Li com atenção teus comentários. Uma ressalva antecipada: de fato, o Jotabê não leu o Agabê.
Faço agora as seguintes considerações:
Não digo no RETROVISOR (obrigado pelo duca!) que a Fábrica Palmeira, de saudosa memória, foi INAUGURADA em 1º de outubro de 1892, mas sim FUNDADA. Talvez uma sutileza semântica(?) explique o equívoco (de um de nós). A data que publiquei, está no livro do Prof. Orlando de Moraes Rego, CALENDÁRIO HISTÓRICO DE BELÉM (edição de 1979). Baseado nessa informação escrevi a nota. Pode ser que a fundação da Fábrica não coincida com a inauguração do prédio. Se bem que acho muito distantes os anos de 1892 para 1929. O fato que parece incontestável é que em 1901 a Fábrica Palmeira já existia, pois o selo que colei ali em cima (que acho, tem um desenho primoroso), é dessa data e consta no site da JUCEPA, AQUI. Curioso é que no mesmo selo, aparece o nome da firma PINHO, CORRÊA & CIA. e isso não coincide com as firmas, seja a citada pelo JB (dita no livro do Prof. Orlando, assim: Jorge Silva, Cunha & Cia, constituida dos Srs. Manoel Francisco Jorge Ignácio Marques da Cunha e João Marques da Cunha), bem como o publicado no blog do HB.
Informações históricas, escritas e reescritas, às vezes fazem escorregar na precisão, no rigor ou exatidão. Isso é normal.
O RETROVISOR tem mais um caráter de almanaque e, vez por outra, imagino, vai publicar equívocos aqui e ali, mas será honesto quanto a isso, pois não utilizo de vastas e aprofundadas pesquisas para construção do seu conteúdo.
Sempre que for possível, vamos nos ajudando quanto a isso. Fiz uma consulta na JUCEPA sobre essas datas. Quando e se tiver uma resposta, enviarei para o blog do HB. Nem sei se ajudei ou compliquei mais nossas postagens, porém, o que é mais importante, respondi.
Fraternalmente.
[jb]"

Postscriptum 3:

Recorte do livro "Impressões do Brazil no Seculo Vinte" de 1913.

Postscriptum 4:
O leitor José Maria de Castro Abreu Junior nos deu informações sobre o incêndio ocorrido na Fábrica Palmeira no ano de 1924.
As imagens enviadas por José Maria estão na postagem O incêndio da Fábrica Palmeira registrado em A SEMANA.

Postscriptum 5:
A inconstância do acesso ao BLOG HB neste final de ano fez com que o senhor Bernardo Sabugosa Portal Madeira (de Porto, Portugal) nos enviasse dois e-mails com comentários sobre esta postagem:
e-mail nº01 de 27/dez/2009:
"Bernardo Sabugosa Portal Madeira
Porto
Portugal
Caro Sr.
Fiz um post no seu blog e para quem quiser o meu e-mail é jbcspm@yahoo.com
Bem haja
Bernardo".
e-mail nº02 de 27/dez/2009:
"acho que não consegui postar.
O que falava era sobre a palmeira,
Os meus primos, descencendentes de César Jorge, sócio e administrador da fábrica na viragem para o século XX, têm no seu palacete em Cesar (ver wikipedia a casa do Monte e casa azul), Oliveira de Azeméis, Portugal, vasto espólio fotográfico da época, e espanto-me que no Brasil não apareça igual!
Eles sairam da estrutura societária maioritária com o incêndio.
O Sr. Melero, um dos refundadores depois do incêndio, era procurador dos interesses da família Portal e Portal Jorge aí no Brasil, interesses económicos vultosos quer em Belém quer em Manaus.
Cá em Portugal um livro de culinária até tem uma receita de bolachas que era da Palmeira.
Tem o nome de "bicoitos de César".
Não sou especialista na Palmeira pois interesso-me mais por outros vestígios de família ascendente em linha recta, mas por cá todo o mundo sabe que a Palmeira tinha tido um incêndio e tinha sido refundada!
Bem haja
Bernardo Sabugosa Portal Madeira".

13 comentários:

  1. Na década de 20 a fábrica sobreu um grande incêndio, existem fotos da época, não lembro o ano exato, mas tenho algumas fotos da reportagem que saiu na revista "A Semana". A fachada da fábrica era bem diferente, ela foi praticamente reconstruída, daí a questão da "inauguração" em 1929.

    ResponderExcluir
  2. Caro José Maria:
    Se você pudesse digitalizar a matéria da revista "A Semana" (com fotos e texto) e nos enviasse a um dos nossos e-mails: haroldobaleixe@globo.com; haroldobaleixe@gmail.com; e hbaleixe@ufpa.com; a postaríamos aqui como postscriptum 4 e abriríamos uma publicação da data.
    Os créditos, obviamente, serão de A Semana e seus, por ajudar a melhorar o conteúdo da Internet.

    ResponderExcluir
  3. Já coloquei tudo no seu Gmail, espero ter ajudado.

    ResponderExcluir
  4. Boa tarde.o meu nome é Inês Sá Ribeiro e descobri por acaso este blog numa pesquisa que efectuei. Como podem ver pelo nome sou bisneta de José Maria Sá Ribeiro, neta de José Ruy Sá Ribeiro. Meu avo casou com uma portuguesa e alguns dos seus 8 filhos continuam a morar em Portugal! É o caso do meu pai,também de nome José Ruy ! Será que tem mais informacoes sobre a fabrica palmeira ou perseverança? Adorava ver mais fotos quem sabe do meu bisavó e da minha família nessa epoca aí em belem!! Muito obrigada!

    ResponderExcluir
  5. Cara senhora Inês Sá Ribeiro:
    As informações que possuímos, em recortes, estão todas aqui postadas ou em "O incêncio da Fábrica Palmeira registrado em A SEMANA" linkado acima, em vermelho.
    As contribuições dadas pelos leitores ajudam a montar os diversos quebra-cabeças do Blog HB; portanto, o seu comentário deverá propiciar manifestações, inclusive de seus parentes daqui de Belém do Pará, é o que esperamos.
    Qualquer novidade sobre este assunto merecerá uma publicação fresca, preferencialmente ilustrada com exclusivas imagens de época.
    Esperamos que todos tenhamos exito, afinal, as fábricas Palmeira e Perseverança foram marcos da Cidade.
    Quanto mais informações pudermos disponibilizar na WEB sobre ambas; melhor.

    ResponderExcluir
  6. Caro Haroldo, meu nome de nascimento é Lara Jorge Corrêa, e sou descendente direta do comendador João jorge Corrêa,pai de Lindolpho Jorge Corrêa, meu avô, moro em Recife-Pe, onde moram os demais descendentes de Lindolpho. Hoje, ao conversar com um primo que mora em Portugal, resolvi pesquisar sobre a história de nossa família, encontrei seu blog. Onde podemos encontrar mais informações? Você pode nos ajudar?

    ResponderExcluir
  7. Iara:
    Entre em contato pelo e-mail haroldobaleixe@gmail.com.

    ResponderExcluir
  8. meu pai trabalhou nesta fabrica a muito anos ele tem um ano e 07 meses de falecido

    ResponderExcluir
  9. Olá, me chamo Eliude, minha mãe trabalhou na fabrica Perseverança (INDUSTRIA MARTINS JORGE S/A),ela já é falecida mas até hoje eu guardo como recordação a carteira de trabalho com o registro desse trabalho.

    ResponderExcluir
  10. Qual a data da demolição do prédio da Palmeira?

    ResponderExcluir
  11. Meu Nome Catarina Monteiro filha de Lindolpho Jorge Corrêa neto filho de Álvaro de Figueiredo jorge corrêa filho de Lindolpho jorge Corrêa sendo filho direto de João Jorge Corrêa e Estefânia Mindelo Jorge Corrêa. Muito interessante seu blog.se tiver fotos ou outras informações meu email catmonteiro63@hotmail.com

    ResponderExcluir
  12. Prezado Haroldo Baleixe,
    Sou Octávio Pessoa, advogado, jornalista e pesquisador. No momento me debruço sobre um trabalho que abordará incidentalmente o tema "Fábrica Palmeira".
    Uma questão me intriga. Como todos sabemos, aquele potente empreendimento da virada do século XIX para o século XX, fica situado à Rua Manuel Barata, entretanto na Logo da empresa consta Rua Paes de Carvalho. Observo que nenhum dos pesquisadores que abordardaram o tema Fábrica Palmeira eviderenciou essa particularidade e buscou esclarecer.
    Parece uma questão menor mas particularmente considero importante porque mesmo sabendo todos nós que é comum na cultura brasileira a troca de nome das vias públicas, considero importante que essa particularidade seja evidenciada e explicada.
    Somos levados a acreditar que o nome anterior da Manuel Barata era Paes de Carvalho. Diante desta suposição, busquei esclarecer no livro de Ernesto Cruz, "Ruas de Belém", editado em 1970 pelo Conselho Estadual de Cultura do Pará. Nesse livro o autor ao falar sobre as diversas vias públicas de Belém, da época, relaciona os nomes anteriores e quando não houve alteração explícita essa particularidade logo na relação das vias. Quando houve sucessão de nomes, a informação quanto aos nomes anteriores é também explicitado no detalhamento
    Quanto à Rua Manuel Barata, na relação de vias é informado como nome anterior Rua Nova de Santa Ana (pág. 41). E no detalhamento "A atual Senador Manuel Barata foi chamada antes Rua Nova de Santa Ana, tendo seu começo na rua Nossa Senhora de Santana, erguida entre as ruas dos Mártires e de São Vicente, fazendo frente para a Rua do Landi e fundos para a Rua das Gaivotas"
    Prosseguindo-se com a pesquisa constata -se na relação das travessas (pág. 69) que Travessa do Landi (assim chamada porque ali residiu o famoso arquiteto italiano, pág.74), que antes foi Travessa da Misericórdia e é a atual Travessa Padre Prudêncio. E a Travessa das Gaivotas é a atual 1o. De Março.
    À vista destas informações colhidas na principal fonte sobre o nome das ruas de Belém, que em momento algum menciona a Rua Paes de Carvalho, gostaria de ter a sua opinião quanto à questão.
    Atenciosamente.

    ResponderExcluir
  13. Caro Otávio: acho que uma publicação do Blog da FAU - site que passei a editar em 2010 - tirará suas dúvidas:
    https://fauufpa.org/2017/06/10/belem-a-planta-de-1881-e-as-vias-republicanas-de-1890/

    ResponderExcluir

Se houver problemas, mande um e-mail para haroldobaleixe@gmail.com que seu comentário será publicado no Blog HB. Obrigado!