quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Márdey Seixas: um caricaturista de rua.

Márdey Seixas, assinado de modo legível no segundo desenho, é um caricaturista das ruas de Belém do Pará. Anda pelos bares da periferia a fazer retratos, caricaturas e "outras artes": pinta em qualquer superfície, segundo ele próprio.
Dono de um traço contundente, não usa borracha, apenas o dedo como esfuminho — atitude totalmente desnecessária.
Márdey, 29 anos, jamais frequentou uma escola de arte, nasceu com “isso” — não somos tão ingênuos para acreditar piamente nessa versão, algumas informações técnicas ele adquiriu em algum lugar ou com alguém.
O nome Márdey, acentuado para facilitar a pronúncia, lhe foi dado pelo pai, em homenagem a um americano que conheceu em Fordlândia (
http://www.terra.com.br/istoe/1884/artes/1884_delirio_perdido_de_ford.htm).
O trabalho de Márdey é ligeiro: conclui uma caricatura — e ele explica ao freguês de modo convincente o que venha a ser uma — em poucos minutos.
Cobra cinco Reais por um trabalho sobre papel ofício (aquele formato abandonado que se utilizava em mimeógrafo) que alguém lhe deve ter arranjado um bocado. Usa um toco de lápis e tira meia gilete do bolso de trás das calças para apontá-lo. Com essa labuta sustenta a família, bebendo e comento "de graça" pela noite — quando alguém se dispõe a bancá-lo, claro. A polícia o reconhece e por ela não é incomodado — já fez caricaturas e retratos de alguns policiais.
Artistas de rua temos aos montes, contudo, poucos com estilo; o Márdey Seixas possui um que poderia ser aperfeiçoado: sua percepção visual é nata e estão notórias, nas imagem, unidade e variedade.
Salvaguardadas as devidas proporções, lembrou-nos o Joe Bennett (http://haroldobaleixe.blogspot.com/2008/04/joe-bennett-made-in-belm-of-par.html) com sua memória fotográfica. Márdey não estraga papel, não se fixa no objeto para desenhá-lo, age naturalmente captando as características determinantes das pessoas. Obviamente não está “pronto”, mas quem estaria? Um morto? Ele já ouviu falar em J. Bosco e Biratan Porto, mas não os conhece. No parco contato que tivemos — tempo suficiente aos três esboços aqui postados e os 15 Reais — ele absorveu a mudança para uma assinatura legível e o uso do fundo escuro como recurso — detalhes que alguns alunos não apreendem em cinco anos de faculdade. As portas do Laboratório de Modelos da FAU/UFPA estarão sempre abertas a essas seletas pessoas, o problema é a falta de motivação: é longe e elas não têm dinheiro para o transporte, afinal, por mais que vendam barato o fruto de seus trabalhos, não é fácil, pela ausência de cultura, negociá-los. O Márdey esqueceu-se de nos dar um número de telefone, mas tentaremos contatá-lo novamente pela madrugada da 1º de Dezembro — reduto dessas exóticas personagens da vida real.
Em 2007 registramos a apresetação de outro popstar miserável das ruas de Belém: o Elias. Veja o videoclipe, postado no Youtube desde outubro daquele ano, mais abaixo.


Elias: o homem do diesel:

Edição no Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=wCvFFyv9RL0


Copião no Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=TDsPfDJGcnw

3 comentários:

  1. puta que pariu profe ...se isso eh arte tamus fudido caracas velho,aproveite profe e va se atualizar ,tu tah muito sem lossaommmmmmmmmm ,te vejo na federal porra !!!!

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  2. E essa besta quadrada estuda com o dinheiro dos nossos impostos, em? Reprova ele Velho Bala.
    PC

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  3. Não PC (Paulo César), esse anônimo não é aluno da UFPA. Pode ter certeza que é somente um embuste que temos permitido comentar para que o mundo saiba que há doentes na Web. Os alunos da arquitetura são educados — e isso, inclusive, independe do sistema de cota escola pública ou cor, porque o aproveitamento tem sido idêntico — e não teriam uma atitude ignóbil como essa. A prova cabal de que essa criatura não é da "federal" está no seu notável analfabetismo. Arte é a palavra mais vagabunda do dicionário, ganha de puta, porque todas são artistas, por isso o intruso se arrisca em dar palpite. Há muito a vida já o reprovou por falta de rendimento!

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