O texto abaixo, do bicolor Jaime Bibas, nos foi enviado por Dulce Rosa Rocque, mas o encontramos publicado no @sigaPaysandu, o que ajudou na coposição mais completa e ilustrada:
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MEU PERSONAGEM DA SEMANA
Respeita o pai
Respeita o pai
Respeita o pai
Pai do Remo
É o Paysandu
Eu sei que dói, ai, ai
Eu sei que dói ai, ai
Mas ele é o Papão da Curuzu...
(versos de Ruy Barata)
Não possuo, nem de longe, o talento de Nelson Rodrigues para escrever uma crônica esportiva. E por isso ele que me perdoe e dê (ou não) licença, vou me apropriar, na caradura, do seu estilo, de uma parte de palavras suas já escritas e, a seu modo, dizer umas coisas que agora tem precisão de serem ditas.
Uma grande conquista não se improvisa, nem depende de fatores circunstanciais. Estava escrito há milhares de anos que hoje Moisés faria o segundo e, em seguida estouraria, de novo. as redes do outrora - porque seu estádio foi vendido - Leão de Antonio Baena. Este título é, pois, uma fatalidade de muitos séculos. O sublime no futebol é que lutamos em campo e fora dele contra, por vezes, além do adversário, juiz, bandeirinhas e às vezes, até o imponderável que se juntou contra nós. O ser humano acredita mais nos seus equívocos do que nas suas verdades. Ainda bem que ontem o Paysandu não recusou as sandálias da humildade. Sendo um grande clube, um dos maiores do mundo, teve o condão de ser humilde. Portanto, correu no campo com um imaginário passarinho no ombro, seguindo o figurino franciscano, após testemunhar a cidade, auditiva e ocularmente, provações, só comparáveis às de Jó. Com uma agravante para o nosso lado. Jó não conheceu piadas hediondas sobre o prélio anterior, que disseram ter sido um acidente a ser vingado nesse domingo.
Eu poderia falar ainda de juízes, de bandeirinhas, que fizeram o diabo conosco durante esse primeiro turno. Vou deixar isso pra lá. O fato é que, hoje, o Papão recebeu em cerimônia, o sacramento da consagração. Só os lorpas, os pascácios, os felídeos, não perceberam que em cada uma de nossas cabeças havia um halo intenso e lívido de campeão. Se reparassem melhor veriam que do olhar de qualquer alviceleste vazava uma luz. Há milhares de anos que isso estava escrito.
A festa da cidade começou na manhã de domingo. Por toda a parte, surgiam as delirantes bandeiras bicolores em direção ao Mangueirão na certeza profética. Finalmente o jogo. No primeiro tempo, venceu o Remo por 2x1. Mas veio o segundo e o Papão da Curuzu levou tudo de roldão, tudo. Nunca um campeão mereceu tanto esse título.
Até ia me esquecendo do personagem da semana. São dois: primeiro Charles, que foi um maravilhoso comandante. Guiou a equipe, técnica e taticamente, e, ao mesmo tempo, transmitiu enorme sede e a fome do título. Assim quando um jogador do Paysandu ía pro chão, caía abraçado na sua paixão alviceleste. O outro personagem: Moisés, ‘o’ ungido. Todos vocês viram o terceiro gol de Moisés: perfeito e irretocável como um verso eterno. Amigos, hoje não haverá noite na cidade. Todos poderão ver uma grande chama do sol do Papão, com o seu tocante esplendor.
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Não poderia deixar de dizer, também, que neste, 21 de março meu pai, o velho Gratu, que muitos conheceram como uma grande e vibrante bicolor, teria completado 93 anos, se vivo fosse.
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Obrigado ao Nelson Rodrigues pela ‘ajuda’.
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Reescrito por Jaime Bibas, em 21 de março de 2010, na Santa Maria de Belém do Grão Pará.
Tá tudo lindo.
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