quarta-feira, 10 de junho de 2009

Fototeca AP — Casa Bangú: desfile de 1955 no Palace Teatro do Grande Hotel.

A bibliotecária Regina Vitória Fonseca e a secretária da presidência da Assembléia Paraense (o clube), Géssica Costa, têm encontrado verdadeiras preciosidades imagéticas ao organizar o acervo daquela agremiação.
O panfleto (ou folder) e a foto do desfile da Casa Bangu, realizado em 1955 no Palace Teatro do Grande Hotel, além de nos “transportar” ao local e época, de algum modo tem relação com o clube, já que no livro “AP Assembléia Paraense Memórias 1915 a 1992”, seu autor, Mário Dias Teixeira, refere-se ao evento como “um dos mais importantes” — lacuna encontrada na obra que é a maior referência à catalogação.
As conexões entre imagens e história ficarão para a etapa que definirá a linha editorial e as conseqüentes pesquisas que orientarão a redação do livro comemorativo do Centenário da AP. O empenho e a disposição do atual presidente, André de Oliveira Sobrinho, e do diretor-secretário, Cássio Bitar Hachems, em institucionalizar a memória do clube garantirá doações de material ilustrativo e informativo guardados por muitos associados.
Essa ação deverá firmar-se na gestão de Henrique Jorge Ribeiro da Silva, atual vice-presidente, inscrito em chapa única à presidência do clube.
“Quando a Assembléia demonstrar pleno zelo por sua memória tudo ficará bem mais fácil!”, crê Regina Vitória, nascida sócia da AP e saudosista da Casa Bangú.


Folheto do desfile da Casa Bangú.


Desfile de 1955 no Palace Teatro do Grande Hotel — relação com a Assembléia Paraense suscitada, mas não esclarecida, no livro de Mário Dias Teixeira.


Postscriptum:

Imagens do arquiteto e professor aposentado da Universidade Federal do Pará, Milton Monte, compõem a fototeca da Assembléia Paraense, todavia não detêm autoria e datação.
A Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFPA desenvolve projeto de pesquisa sobre a História da Escola de Arquitetura (e seus desdobramentos), o que tornaria viável uma parceria na investigação específica das relações profissionais de Monte com a Assembléia Paraense, que mantém exemplares sui generis de sua obra.
O resultado poderia ter espaço na publicação do Clube com indexação da Universidade. Outras conjecturas ganharão luz à medida que o cabedal é inventariado e conquista consistência de fonte fiável.

Um comentário:

  1. Antonio Dias Fernandes11 de junho de 2009 às 17:03

    Encontrei no http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=294613 essas duas cartas históricas sobre o Grande Hotel:

    Carta escrita por Mário de Andrade a Manuel Bandeira durante a histórica viagem à Amazônia, em 1927
    Por esse mundo de águas, junho, 27

    Manu,

    Estamos numa paradinha pra cortar canarana da margem pros bois de nossos jantares. Amanhã se chega em Manaus e não sei que mais coisas bonitas enxergarei por este mundo de águas. Porém me conquistar mesmo a ponto de ficar doendo no desejo, só Belém me conquistou assim. Meu único ideal de agora em diante é passar uns meses morando no Grande Hotel de Belém. O direito de sentar naquela terrace em frente das mangueiras tapando o teatro da Paz, sentar sem mais nada, chupitando um sorvete de cupuaçu, de açaí. Você que conhece mundo, conhece coisa milhor do que isso, Manu?(...)

    Belém eu desejo com dor, desejo como se deseja sexualmente, palavra. Não tenho medo de parecer anormal pra você, por isso que conto esta confissão esquisita mas verdadeira que faço de vida sexual e vida em Belém. Quero Belém como se quer um amor. É inconcebível o amor que Belém despertou em mim...

    Mário de Andrade,
    Um abraço do Mário.

    ___________________________________


    Extraido do diário de Maria José de Oliveira Sayão (mãe de Bidu Sayão)

    Belém
    No dia 2 de Dezembro de 1936.
    Chegamos em Belém do Pará, ficando hospedadas no Grande Hotel, que é magnífico e que fica n’uma linda Praça toda arborisada de lindas mangueiras, e defronte do lindíssimo Theatro da Paz. Fomos no mesmo dia que chegamos visitar o Jardim Zoológico, que tem os pássaros mais lindos do Amazonas! A Cidade é bonita e principalmente muito pittoresca, porque todas as ruas são verdadeiros túneis de lindas mangueiras.

    No dia 2 de Dezembro de 1936.
    Bidú deu o 1º Concerto, no Theatro da Paz, com o Theatro completamente esgotado, tendo tido discursos, flores, ovações delirantes, de um publico enthusiasta e culto, que quasi bisou todo o Programma e pediu ainda muitos extras! N’um intervallo, o Governador inaugurou uma linda Placa de Bidú, no Theatro, como commemoração de sua passagem, sendo Bidú homenageada e ovacionada por todo aquelle grande publico! Foi uma grande noite de arte e de gloria essa para Bidú. Louvado seja N.S.Jesús Christo e todos os nossos Protectores!

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