segunda-feira, 26 de maio de 2008

Emagreça comendo listras.

Não existe coisa pior na vida do que um sujeito ter muito dinheiro e nenhuma noção: ser tão híbrido como uma mula.
O maior exemplo do que dissemos é aquele cara que tira boa parte do domingo para encher o saco dos brasileiros com piadas sem graça e rasgação-de-seda aos seus cupinchas: o Faustão — por contra-senso o aumentativo sintético de fausto, que pode significar luxuoso, pomposo e...ostentativo.
O cara é gordo e mal desenhado e ainda se aperta todo para ficar mais insuportável, mais deselegante; “uma trolha” como diria o nosso amigo Marcellino Moreno, que também é uma jamanta, contudo, um bon vivant de requintados critérios.
Esse apresentador pulha de TV consegue o impossível: adorna-se de listras verticais — é bem provável que ele tenha uma assessoria de moda ou, para ser demasiadamente fresco, um prensonal styler — para parecer mais magro.
Ah! Ah! Ah! Segundo o Walter Gropius ele se fodeu, ou se fode sempre, porque, dependendo da espessura das listras que o enfeitam, ele tufa mais, e mais, e mais.
Listras não engordam, nem emagrecem; a não ser que a gente as coma e, dependendo da quantidade, e qualidade, as duas poderiam ter efeitos diferentes no organismo animal.
Listras, nesse caso, são exemplos clássicos de ilusão ótica: elas se propagam pela “barriga” da linha (ou listra), impulsionadas pela irradiação da listra clara em relação à escura. Então, se alguém se veste com roupas de listras proporcionais ao conjunto, havendo o claro e o escuro, por mais que elas sejam do mesmo tamanho, as listras claras parecerão maiores porque "empurram" e comprimem as escuras ou "A luz lhes rói, por assim dizer, a silhueta" (GROPIUS,1977:63). Essa tensão faz com que as listras se expandam e provoquem o Efeito Mola.
É simples entender uma mola, não? Uma mola em pé sugere, por expectativa, o crescimento; deitada, lembra a sanfona do Luiz Gonzaga ou do Dominguinhos ou de qualquer outro nordestino.
Quando a gente diz isso na faculdade ninguém acredita. Mesmo ao ver as figurinhas do livro do Gropius, a galera pensa que é sacanagem. Tá bom, tá bom, tá bom: façam que nem o Fausto Silva: não tenham princípios, mas ganhem bastante dinheiro para me levar a passear de iate: afinal, roupa chique é a de comodoro: listradinha na horizontal, como manda o figurino.

Exemplo da ilusão de ótica no quadrado.

Exemplo da ilusão de ótica no maiô.

Exemplo da ilusão de ótica na Catedral de Siena.

Parte do texto de Walter Gropius, autor de "Bauhaus: Novarquitetuta".

Amplie o escrito para lê-lo. Nós podemos mentir; o Gropius, não mais: ele morreu!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Se houver problemas, mande um e-mail para haroldobaleixe@gmail.com que seu comentário será publicado no Blog HB. Obrigado!